Morrerão samambaias, pessoas e cachorros na medida da luz do sol.

De fome, sede, frio e morte de morrer, assim, de repente, feito gente estranha que senta do meu lado e vai embora.

Morrerão samambaias pela secura dos dias. Faz dias que não chove aqui, me disseram.

Queimarão suas folhas, tal como queimo a pele a esta hora da tarde de outono a mil e trezentos metros acima dos meus pais.

30.05.2024

vale do matutu

MAITÊ, Fernanda

aprendi a escrever com os farelos de pão que o diabo amassou